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sábado, 13 de novembro de 2010

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

EDUCAR É ACREDITAR QUE A TRANSFORMAÇÃO É POSSÍVEL - PAULO FREIRE

         Que será feito dos alunos das ditas famílias "desestruturadas"?
         O discurso politicamente correto das escolas, agora, é um pouco diferente! Não importa mais se a família tem pai, mãe, filhinhos... Agora, quando se fala em família desestruturada, o enfoque não é  a qualidade dos seus membros e sim o apoio e responsabilidade dos responsáveis pelos filhos.
         Acontece que o apoio e responsabilidade são valores construídos culturalmente em cada comunidade... E além disso, vejo pais super comprometidos, levando buscando, atendendo quando são chamados e mesmo assim seus filhos não aprendem.
         Então entram as questões neurológicas, as qualidades ... ou "defeitos" inatos.
         Fico indignada, me perguntando se a escola nunca? pensa no que pode estar acontecendo de errado com ela.
         Claro! Há que se considerar todos os elementos envolvidos, mas a escola não é um elemento envolvido nesta trama??????
         Ah! Claro! A escola está perfeita, o problema são os alunos! Seria como o sistema de saúde dizer: o SUS está perfeito, o problema são os pacientes, ou como um engenheiro dizer, diante de sua obra ruída, que ele planejou bem, mas o terreno é que não era bom.
        Meu Deus! Parece tão óbvio! Lógico!!
       A escola existe, especialmente a pública, para possibilitar o acesso da classe popular ao conhecimento científico!
       Será que está claro? CLASSE POPULAR!
       Famílias com pouco acesso à aprendizagem na escola e portanto, marginalizados por uma história que versa sobre a exclusão das mulheres, dos negros e dos pobres do acesso ao conhecimento letrado.
       É muito recente a lei que obriga as crianças de seis anos a entrarem na escola!
       Muitos pais e avós de nossos alunos, entraram na escola, não aprenderam a ler em várias tentativas e sairam dela, pois não havia lei que obrigasse a estar na escola e como a escola estava moldada (estava? acho que ainda está!) para um  público elitizado, esses alunos, com esquemas de pensamentos bem mais primários, não tiveram nenhuma chance. Nada do que era proposto na escola tradicional atingia sua zona proximal de aprendizagens!
        Diante disso, a escola de "classe popular" diz que não pode fazer nada, pois os alunos vem sem "base" para a escola e ainda não tem nenhum apoio, não têm quem ajude em casa!
        Por favor! A escola existe como organismo social para dar uma chance a esses alunos, para oferecer um referencial simbólico diferente e SOBRETUDO para ensinar! Pois que vá buscar meios!!!!
        O preconceito com relação às potencialidades humanas fica mascarado de uma forma tão grotesca, a meu ver, com o seguinte discurso: temos que respeitar a cultura, o ritmo... ou seja... os "defeitos" deles e não esperar "ensinar", só a socialização que a escola oferece é um grande lucro pra esses pobres marginais que nunca teriam acesso a nada!
        Só que eles só terão condições de tomar boas decisões se tiverem conhecimento, se tiverem acesso ao conhecimento científico historicamente acumulado, o que é responsabilidade da escola propiciar! Somente terão chances se puderem ser donos da própria história e não joguetes de mentes mais brilhantes!
        Não dá pra esperar que as famílias sejam "estruturadas" para que a escola possa desempenhar sua função, que é ENSINAR! Será que pensando em grupo, buscando referencial teórico sólido e moderno, parando de culpar a família e irmanados responsavelmente não poderíamos pensar em caminhos ao invés de enumerar impossibilidades?
         Tantos Freireanos falando em determinismo cultural, orgânico, social... parece que não conhecem a palavra do teórico: "Educar é acreditar que a transformação é possível."

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

VOLANTE

Volante é a professora que trabalha com a turma, até quatro periodos por semana, nos horários em que as professoras regentes estão realizando reniões de classes paralelas com a supervisão e em horários de planejamento.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

ALUNOS E ALFABETIZAÇÃO AOS 6 ANOS, QUE PAIXÃO!!!

Hoje entrei em sala de aula. Trabalhei como volante de turmas de 1º, 2º, 3º e 6º anos.
Me apaixonei pelos pequenos!!! Mais uma vez!!!
Acho que tenho muito que aprender sobre as crianças de 6 anos, enquanto alunos, e por isso todo o meu encantamento!!!
Comecei a pensar algumas coisas hoje, a partir do maravilhoso que foi o trabalho.
Eles estão entre dois extremos muito complementares e penso, facilitadores da aprendizagem:
* querem crescer, estão interessados em estabelecer um lugar diferente de referência no mundo, diferente do que o maternal lhes oferece, pois este tem a tendência de ser infantilizador e de manutenção do ego da mãe, que necessita da dependência do filho para sentir-se pleno.
A partir dessa idéia, mais ainda me convenço de que tratar os alunos de 6 anos, no 1º ano escolar do ensino fundamental com diminutivos, palavras meladas e pior, dando-lhes colo, como faz uma mãe é tirar-lhes a oportunidade, que na verdade é uma das funções sociais da escola, qual seja a de lhes oferecer uma nova oportunidade de referência no mundo. Com este tratamento, a escola acaba sendo para os alunos, uma extensão do espaço familiar e não a ruptura de que eles tanto necessitam para a construção de uma identidade com competências para transitar em muitos espaços.
No outro extremo:
* estão ainda emaranhados no mundo do lúdico, dos jogos, da fantasia. Qualquer proposta de jogo, de brincadeiras, como a de que a professora é uma bruxa e vai enfeitiça-los com o pó que os transforma em estátuas é sempre bem recebida, eles se jogam de cabeça. O que a professora lhes oferecer com entusiasmo será acolhido.
Além da questão psicológica, do ponto de vista cultural, o apelo é veemente: aos 6 anos se entra na escola e a escola é lugar de aprender. Eles estão lá para aprender, todo o contexto lhes favorece.
É o preconceito de que aprender é cansativo o que faz com que o ensino, essencialmente da leitura e da escrita seja, por que não dizer, "evitado" em muitas redes e escolas aos seis anos.
Aprender, segundo Freud, o pai da psicanálise, dá mais prazer que o ato sexual. Por que não alfabetizar aos 6 anos, momento mais propício para isso?
Muitos dirão que os alunos de favelas, de vilas ou zonas rurais, com pais analfabetos, de famílias desestruturadas, aos 6 anos estão imaturos, que não estão socializados, que lhes falta desenvolver outros aspectos, não sabem sentar, pegar o lápis, recortar, etc.
Vygotsky se contrapóe a Piaget, justamente quando apresenta o conceito da aprendizagem como propulsora do desenvolvimento, afirmando extamente o contrário do que afirmou o mestre Piaget. Os alunos só se desenvolverão se forem acionados em suas competências cognitivas.
Não há nenhum impedimento de se ensinar a ler e a escrever enquanto se ensina a "ser aluno", enquanto construímos o sujeito social cognocente, que aprende as regras da escola, sua funções, os papéis desempenhados ali dentro daquela estrutura social.
O que precisamos é mudar a idéia que está por trás dessa catástrofe de pensar que a alfabetização pode acontecer em até três anos.
Essa idéia de que primeiro o aluno precisa desenvolver aspectos sociais para depois poder aprender conhecimentos científicos, tem sustentado a maior injustiça social já cometida pelas escolas ao longo da história.
A "Partilha da Letra" (Jacques Rancière) não acontece. Há que se domesticar os selvagens antes de lhes oferecer o acesso a riqueza do conhecimento. Antes disso, não são dignos de partilharem da classe dos letrados, que avalia e escolhe seus candidatos segundo critérios preconceituosos.
Dra. Esther Grossi, presidente do Geempa, grupo de estudos, fundador da teoria Pós-construtivista, tem sido a teórica a conseguir concatenar em seus estudos, contribuições de diversas disciplinas, como a psicanálise, a antropologia, a medicina, a filosofia e a mais nova ciência da educação: a didática. Muito de teórico já se construiu cientificamente, mas este grupo de vanguarda tem feito muita ciência a partir da metodologia do ato de ensinar, ou seja, a didática. Tudo isso com uma sólida, coerente e mais que tudo, convergente sustentação teórica. Visitem o site http://www.geempa.org.br/ !!!
É bom demais ser professora!!!

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

AGORA É MÃO NA MASSA... MAS QUE MASSA?

Comecei hoje na Escola Municipal Nossa Senhora do Carmo, na Restinga.
Os alunos são alegres, a escola tem um clima bem agradável entre professores e alunos.
Hoje o recreio foi especial, por conta da Semana da Criança. Tinha têmpera, jogo de damas, baralhos, bola, jogos de varetas, de encaixe e ainda karaokê.
Os professores cirdulando no pátio com os alunos, super integrados, orientando as brincadeiras.
Foi bem legal!
Ainda não sei com qual turma vou ficar. Hoje fiquei ajudando em várias pontas mas sem definição, porque a supervisora estava fora da escola.
Não sei o que vai ser de mim ainda, mas posso dizer que o clima da escola é bem agradável e que professores e alunos tem um relacionamento bem próximo!

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Tô muito felizzzzzzzzzzzzzz!!!!

Assinei a minha posse no município hoje, mas só vou saber escolas segunda feira.
Um amor os funcionários do setor de "Ingresso" na prefeitura. Super gentis e profissionais!
Adorei!!!

domingo, 26 de setembro de 2010

GEEMPA e o Pós-construtivismo



O Grupo de Estudos sobre Educação, Metodologia de Pesquisa e Açao, GEEMPA, presidido com paixão pela professora e Dra. Esther Grossi, há 40 anos pesquisa sobre educação.
Teve coragem de romper co
m o construtivismo porque faltavam elementos, dentro desta teoria, para a explicação da prática.
Com o concurso de teóricos internacionais, como Sara Pain, Gèrard Vergnaud, Wallon, Vygotsky, entre outros, o GEEMPA fundou o Pós-construtivismo e tem concretizado experiências exitosas em sala de aula, alfabetizando em 3 meses, e fundamentalmente, alfabetizando todos os alunos de uma turma.
Mas não para por aí! O GEEMPA não estuda somente sobre alfabetização. Os estudos sobre o ensino da matemática, objetivo primário deste grupo, sobre pós-alfabetização, e fundamentalmente, sobre as questões pedagógicas que se aplicam a todos os níveis de ensino, são parte do seu campo de atuação.
Isso mesmo, a mais moderna teoria sobre educação, atualmente, tem origem no Brasil! Sim, aqui no Rio Grande do Sul, na nossa linda Porto Alegre.
Muitos mitos sobre a aprendizagem vêm sendo jogados por terra com a experiência deste grupo.
Alunos com déficit de aprendizagem? Síndromes? Laudos neurológicos? Problemas familiares? Nenhum deste motivos pode impedir a aprendizagem, segundo as experiências reais e de sucesso deste grupo.
Confiram no site: http://www.geempa.org.br/

PÓS-CONSTRUTIVISMO

O pós-construtivismo é tão revolucionário  por que busca o concurso de outras ciências para explicar o fenômeno da aprendizagem e ensinagem.
Esta revolucionária Teoria  conta com a psicanálise, com a antropologia, com a filosofia, com a medicina e considera a Didática* uma ciência (*Gèrard Vergnaud - França).
A antropologia, por exemplo, nos leva a questionar aquela velha idéia de que as famílias precisam ajudar em casa para que os alunos tenham sucesso na escola é umas das "bombas" do pós-construtivismo. Nesta teoria, o papel de ensinar os conhecimentos científicos é de responsabilidade da escola e à família cabe a responsabilidade existencial. Funções diferentes para diferentes organismos sociais!
Dizer que esse ou aquele aluno não aprendeu porque a família é ausente é impensável dentro desta Teoria.
Os alunos não aprendem se não forem provocados adequadamente, se as provocações didáticas e dramáticas não tiverem significado, e isso remete a uma reflexão sobre o ato de ensinar e não das condições externas à escola!
Revolucionário não é?

QUAL TEORIA SERVE COMO PANO DE FUNDO DE NOSSA PRÁTICA?

       Muitos professores pensam que as teorias da aprendizagem não têm nada a ver com a prática.
      Alguns até as consideram, mas optam pela mistura de modelos teóricos.
      O pós-construtivismo nos ensina que toda prática tem uma teoria por tras dela e que é impossível qualquer prática sem teoria. Antes de fazer qualquer ação, o ser humano pensa. Este pensamento está inundado por concepções, experiências e desejos, certo? E quando tomamos a decisão de ensinar desta ou daquela forma, com este ou aquele método, ou sem método nenhum, temos sim uma teoria por trás. Temos uma concepção sobre o ensinar e o aprender que está em jogo.
     Meu convite é ao pensamento: quais as concepções, idéias e teorias que estão por trás de nossa prática?

TCHAU

Quero me despedir destas duas turmas da Escola Estadual José do Patrocíneo, com as quais aprendi muito, apesar do pouco tempo
. Obrigada aos alunos que foram formidáveis, obrigada à escola e às colegas!
Estou assumindo como professora na rede municipal de Porto Alegre.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

UM TRABALHO BEM BACANA SOBRE O BRASIL

Em homenagem à semana da "Pátria amada Brasil" vou relatar um trabalho bem bacana que fizemos hoje!

A aula foi uma loucura, mas valeu a pena! Tenho uma turma de 4ª série.
Fizemos uma pesquisa de opinião nas turmas do ensino fundamental!

Foram 167 entrevistados ao todo, em 4 questões:

-qual palavra mais lembra o Brasil?
ALEGRIA 57,1%
samba 14,3%
pobreza 3,6%
índios 25%

-qual a maior riqueza do Brasil?
petróleo 10,7%
trabalho 19,1%
brasileiros 19,1%
NATUREZA 51,1%

-o que o Brasil tem de pior?
violência 12,5%
TRÁFICO DE DROGAS 77,1% (o curioso é que o bairro se sustenta com o tráfico)
governo 10,4%
polícia 0%

-como você acha que o Brasil é reconhecido no mundo?
PELO FUTEBOL 61,4%
por ser o maior produtor de café do mundo 16%
pelo samba 9%
pelas mulheres bonitas 13,6%

Depois de apurar os resultados, construir gráficos de barra e calcular percentuais fomos novamente às oito turmas entrevistadas para a divulgação dos resultados.

Foi bacana mesmo!!! A discussão sobre as opções e o resultado da pesquisa, na turma, pegou fogo!! Cada um queria defender sua opção com argumentos!!

Para amanhã pretendo propor problemas que exijam a leitura dos gráficos, somar percentuais, calcular diferença e relacionar os números percentuais com dinheiro.

Ah! Que maravilha ser professora!